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Faltam apenas para a Grande Dança das Tribos começar!


"Traço de Arquitecto"

segunda-feira, fevereiro 12, 2007
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Nadir Afonso - "Vera Cruz", obra da 1ª década do séc. XXI, acrílico s/ tela, 97 x 135 cm


Hoje a terra tremeu em Lisboa. Faltava pouco para as 11h da manhã e foi a primeira vez que senti um sismo. Era cedo, chovera por toda a madrugada e, para lá da cortina de água que pesava sobre a cidade, o dia ia-se azulando de uma forma que agora, reparando melhor, se deveria ter percebido de imediato ser estranha. Confesso: não percebi. Só depois e, mesmo assim, ainda me passou pela cabeça que, por ser cedo e ter chovido muito durante toda a noite, talvez fosse só a Terra a voltar-se para o lado e a aninhar-se outra vez. Mas não! O abalo foi forte, aqui. Esteve mais para rugidopor uma qualquer fúria que a andasse a ofender, do que para capricho da preguiça. Em segundos, que me pareceram intermináveis, abanou a raíz da casa, sacudiu potes e prateleiras, tilintou vidros e porcelanas, abanou janelas e estremeceu o telhado. De começo achei que o restolhar no telhado fosse só uma corrida de gato, uma dança de cios no caminho do céu, ou, quem sabe, um alvoraçado dos pássaros que apreciam ter o ninho no resguardo da chaminé. Mesmo assim!... O reboliço pareceu-me demasiado pesado. Conheço os arrufos todos da casa e é certo que cios e avoadas pisam sempre leve e rápido. E então ocorreu-me que talvez fossem gaivotas - certo que é o dito do povo que, quando há tempestade no mar, elas vêm a terra. Eu mesma sou testemunha de que arrimam por aqui nessas alturas, voam em gritaria rente ás vidraças do primeiro andar, expulsam o sossego dos pássaros e ocupam o seu lugar cá no alto, trazendo no bico e na asa o alvoroço das marés. As gaivotas pesam mais no beiral, cá em cima, do que os pássaros... Sim, poderiam ser as gaivotas, depois do temporal e da chuva da madrugada e da manhã... Mas hoje não eram as gaivotas. Foi, sim, um tremor de terra. Dois, para ser exacta. O segundo mais forte que o primeiro, para tirar as teimas e não guardar margem para dúvidas. Nunca tinha sentido esta prevalência da terra com tamanha nitidez. Confesso que começou por me atordoar, depois por me afligir e, no fim, quando tornou a parar quieta, afligiu-me e senti medo. Muito. Estranho. Muito e estranho, este medo de hoje, que foi assim como estar à mercê, sem fuga que se pudesse pensar, totalmente desprotegida, numa impotência em espera, a ver se o ânimo lhe serenava ou se era o fim de tudo a chegar sem aviso prévio...

Ao começo da tarde, vieram-me imagens do "arquitecto" dos nús surrealizantes à cabeça. Não sei porquê. Não adivinho. Só sei que me lembrei desta tela, a que ele pôs o nome de Vera Cruz e que eu decidi, desde o primeiro minuto que a vi, que um dia seria minha. Só por se chamar assim. Só por ser dele. Só por ser dele e lhe ter chamado assim. E depois por me lembrar as geometrias de Brasília, a perpendicularidade dos quarteirões que resultou da simetria dos quadrantes, por obra e graça do "arquitecto". E eis que, ao começo da tarde, vejo o cérebro tomado de assalto pela Vera Cruz de Nadir, e - como cantaria Djavan - por um certo "céu de Brasília / traço de arquitecto / Gosto tanto dela, sim!..."




Subitamente, dou comigo a desejar. Pudera Nadir arquitectar Lisboa e assim compor um equilíbrio outro à cidade vulcânica que afinal não adormeceu!!...

Falta pouco para olhar de novo Vera Cruz de frente, olho no olho - em Março, Nadir Afonso expõe em Lisboa: AQUI


posted by Margarida C. on 4:44 da tarde

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