|
home |
| bio |
| company |
| work |
| projects |
| photos |
| video |
| music |
| travel |
| shop |
| tools |
| links |
| aim |
| contact
Conexão Lisboa-Manaus
Faltam apenas
para a Grande Dança das Tribos começar!
«Lola, corra pela vida!»
terça-feira, janeiro 02, 2007
Nada, absolutamente nenhuma mulher à beira de um ataque de nervos, nenhuma personagem almodovariana – mesmo as mais loucas do ótimo Volver – superam o que as mulheres estão sendo capazes de inventar na vida real.
O filósofo francês Gilles Lipovetsky já disse que o século 21 será das mulheres. Os primeiros seis anos indicam que sim, será das malvadas exuberantes de Isa Pessoa, das donas-de-casa desesperadas, das polígamas, das lésbicas, liberadas, das rebeldes e, sobretudo, das incategorizáveis. É para essas que a ficção tem deixado muito a desejar. Nuas ou vestidas, gordas ou magras, madames ou jovens, intelectuais ou não, elas mandaram às favas: homens, padrões e patrões, passar bem. “Tô nem aí” toca alto no I-pod imaginário do cotidiano feminino.
Greg Berehndt já fez sucesso entre nós com outro recado bem direto: Ele simplesmente não está a fim de você, livro no qual tentava explicar para as leitoras que, quando um cara te dá um fora, não há mensagem oculta nenhuma na rejeição. Só não entende quem que não quer e não adianta você gastar seu tempo pensando nas razões dele para ter horror a compromisso. É assim e pronto, parta para outra.
Como tempo, nesses vertiginosos anos da primeira década do século 21, é bem precioso, Greg encurtou a mensagem e acertou em cheio com o seu Quando termina é porque acabou, manual de auto-ajuda que traz sete mandamentos para a superação de qualquer pé na bunda no ano que passou. O livro carrega mensagem singela: desencana! Parte para outra, vai à luta, 2006 acabou. Se não foi bom para você, meu bem, tente de novo em 2007. A fila anda e cada vez mais rápido.
Já estamos quase no final dos primeiros 10 anos do século e ninguém entendeu direito como chegamos até aqui. Camaleoas, ágeis, flexíveis, só as mulheres sacaram qual é a do 21: desapegue-se de qualquer identidade, qualquer pretensão de ficar parado num lugar, seja lá ele qual for, e corra, Lola, corra pela vida. Como o flaneur parisiense de Beaudelaire, nunca pretenda ser, só estar. Se casada ou solteira, vai ter pouca importância nesse mundo volátil. Nenhum estado civil dura mais do que o gasoso – nem líqüido, nem sólido. E, o que de tão óbvio, nem Greg precisa dizer é que, quando termina, está na hora de começar de novo.
in Contemporânea
posted by Margarida C. on 3:37 da tarde
|
|
maystar design