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«Estes são o futuro, meus amigos»

domingo, janeiro 14, 2007

Os jovens de 21 anos hoje nasceram em 1985. A Internet fez dois anos em janeiro daquele ano e a Nintendo lançou o Super Mario Brothers, primeiro game blockbuster. Quando estavam na escola primária, em 1990, Tim Berners-Lee estava inventando a world wide web. A primeira mensagem SMS foi enviada em 1992, quando esta turma tinha 7 anos. Amazon e eBay nasceram em 1995. Hotmail saiu em 1998, quando eles estavam caminhando para o secundário.
Neste período, celulares pré-pagos surgiram, permitindo que adolescentes tivessem os seus – e os primeiros serviços de mensagens instantâneas nasceram. Google veio ao ar em 1998, quando eles chegavam à adolescência. Napster e Blogger.com são de 1999, Wikipedia e o iPod são de 2001. Os primeiros sistemas de redes sociais apareceram em 2002 quando eles estavam se formando no colégio, Skype em 2003 são eles indo para a universidade e o YouTube, de 2005, marca o momento no qual estão ganhando o diploma.
Estes garotos foram criados num universo que caminha paralelo àquele habitado pela maior parte de nós no negócio da mídia. Eles jogam games de complexidade absurda durante horas seguidas. São espertos, cultos e computadores e tecnologia de omunicação lhes são naturais.

Estes são o futuro, meus amigos. Estão aqui e vivem entre nós. Não estão lá muito interessados em nós e não creio que dê para culpá-los. Minha esperança é que um dia nos permitam ao menos sermos seus animaizinhos de estimação.

John Naughton - jornalista e autor de A Brief History of the Future - durante a conferência britânica de editores de jornais, tentando explicar por que os jovens não compram, nem lêem jornais, e porque tudo indica que não os lerão.
[via Pedro Dória]

A somar à reflexão, vale ainda a pena ler, no Innovations, a respeito da tese segundo a qual os leitores de hoje esperam dos jornais muitomais do que apenas e só as notícias de ontem. Muito interessante e pertinente, a ideia de que a crise dos jornais é causada pela incompetência dos próprios veículos, e não pelos outros media.
O blog publica uma crítica da cobertura que os jornais impressos americanos fizeram do teste nuclear da Coreia do Norte. Na 2a feira, «sairam apenas com informações de agências de noticias» e «faltaram as análises instantâneas que todas as TVs por cabo fizeram imediatamente». Sublinha ainda o blog que também não houve nenhum conteúdo dedicado aos desdobramentos do facto. «Todos sabiam que isso estava para acontecer, mas ninguém planejou conteúdo sobre o contexto, análises ou matérias sobre o que se seguirá agora». A concluir, escreve o Innovations: «mais uma vez as nossas redacções esquecem que no dia seguinte os leitores dos jornais esperam mais do que as noticias de ontem».


cf. ainda:
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[via BlueBus]
posted by Margarida C. on 9:34 da manhã