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Conexão Lisboa-Manaus


Faltam apenas para a Grande Dança das Tribos começar!


Manifesto Antropofágico

domingo, dezembro 31, 2006
Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de
todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as
catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu.
Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos
católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com
outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a
roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra
o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos
viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade,
pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E
nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental.
Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma
rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada.
A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl
estudar.

Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A
unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa
não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade
de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba.Ori Villegaignon print
terre.Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao
Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro
tecnizado de Keyserling. Caminhamos...

Nunca fomos catequizados. Vivemos
através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do
Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar
comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no papel mas sem muita
lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o
dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a
conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina
antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as
inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da
Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra
o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento
que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas.
Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.
Morte e vida das hipóteses. Da
equação"eu-parte-do-Cosmos" ao axioma "Cosmos-parte-do-eu". Subsistência.
Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação
com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio
vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de
Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.
Já tínhamos o comunismo. Já
tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti
Imara Notiá
Notiá Imara
Ipeju
(*)

A magia e a vida.
Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens
dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas
formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me
respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem
chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há
mistério. Mas que temos nós com isso?
Contra as histórias do homem que
começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem
César.
A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de
televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as
sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos
povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de
Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que
vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos
fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo
Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não
tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência
da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga
dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o
tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do
Tabu em totem. Antropofagia.
O pater famílias e a criação da Moral da
Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de
autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo
para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha
Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés
divaga. Que temos nós com isso?
Antes dos portugueses descobrirem o Brasil,
o Brasil tinha descoberto a felicidade.
Contra o índio de tocheiro. O índio
filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas
praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros.
Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra
Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova
dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura –
ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e
o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para
transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as
puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais
alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males
catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala
termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a
amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se.
Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de
catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados
povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de
Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa
independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: – Meu filho,
põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a
dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de
Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora,
cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições
e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.


Oswald de Andrade, Piratininga, Ano 374, da Deglutição do Bispo Sardinha, in Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.



(*) «Lua Nova, ó Lua Nova, assopra em Fulano lembranças de mim», in O Selvagem, de Couto Magalhães.
Oswald de Andrade alude ironicamente a um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte do mesmo, devorado por índios antropófagos.

posted by Margarida C. on 6:26 da tarde

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